sexta-feira, 20 de setembro de 2013

23º CINE CEARÁ: O QUE LEMBRAR



Quase uma semana depois que o festival aconteceu, o Diretor Fantasma continua com lembranças muito recentes. É tempo então de relembrar do momentos mais interessantes do festival que terminou no ultimo domingo no cinema do dragão do mar



Depois de uma semana de descanso o Diretor Fantasma enfim resolveu contar com mais detalhes o desfecho da 23ª edição do Cine Ceará. Primeiro vamos começar com os ganhadores das mostras competitivas de longa e curta-metragem. O filme Jessy, do fofíssimo Rodrigo Luna foi o ganhador de melhor curta e o filme basco Emak Bakia, do diretor Osaka Alegria foi o grande vencedor da noite na competitiva dos longas. O diretor brasileiro Luis Dantas ganhou o troféu de melhor direção pelo longa Se Deus Vier Que Venha Armado. Vamos a lista completa:

Mostra Competitiva Ibero-Americana de Longa-Metragem
 
Diretor Luis Dantas com os troféu de Melhor direção por Se Deus Vier Que Venha Armado

Troféu Mucuripe para todas as categorias



Melhor Longa: “Emak Bakia”, de “Oskar Alegria”

Melhor Direção: Luis Dantas por “Se Deus Vier que Venha Armado”

Melhor Fotografia: Hélcio “Alemão” Negamine por “Se Deus Vier que Venha Armado”

Melhor Edição: Luciano Origlio por “Mercedes Sosa”

Melhor Roteiro: Diego Fernández Pujol por “Rincón de Darwin”

Melhor Som: Abel Hernández por “Emak Bakia”

Melhor Trilha Sonora Original: Ney MatoGrosso por “Olho Nu”

Melhor Direção De Arte: Gonzalo Delgado por “Rincon de DArwin”

Melhor Ator: Ariclenes Barroso por “Se Deus Vier que Venha Armado”

Melhor Atriz: Laura de La Uz por “O Filme de Ana”



Prêmio Especial do Júri: “O Paciente Interno” – Pelo esforço investigativo. Pelo poder da história que resgata um conturbado período histórico da América Latina.



Mostra Competitiva Brasileira de Curta-Metragem

 
Diretor Rodrigo Luna, ganhador de Melhor Curta por Jessy.

Troféu Mucuripe para todas as categorias

Melhor Curta: “Jessy”, de Paula Lice, Rodrigo Luna e Ronei Jorge

Melhor Direção: “Sanã”, de Marcos Pimentel

Melhor Roteiro: “O que lembro, tenho”, de Raphael Barbosa

Melhor Produção Cearense: “O melhor amigo”, de Allan Deberton



Prêmio da crítica (Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema)

Longa-metragem: “Emak Bakia”, de Oskar Alegria

Curta-metragem: “Sanã”, de Marcos Pimentel



1º prêmio: “Meu Amigo Mineiro”, de Victor Furtado e Gabriel Martins (ganhador do Troféu Mucuripe, do prêmio Banco do Nordeste no valor de 5 mil reais e também do prêmio Vila das Artes – NPD – Núcleo de Produção Digital)

Pela forma inventiva como o filme articula a relação com a cidade a partir de um cinema de ficção trazendo um olhar afetivo pela cidade diferente do cartão postal.

2º prêmio: “A Rabeca”, de Irene Bandeira (prêmio Vila das Artes – NPD – Núcleo de Produção Digital)

Pela forma como o filme estrutura e articula os elementos da linguagem cinematográfica a partir de uma narrativa metalinguística.



Prêmio Olhar Universitário

Melhor Longa: “Emak Bakia”, de Oskar Alegria

Melhor Curta: “Mauro em Caiena”, de Leonardo Mouramateus



Os cearense premiados no festival, Leonardo Mouramateus com o Curta Mauro em Caiena e Allan Deberton com O Melhor Amigo.

Troféu Oscarito: Coletivo Alumbramento



Prêmio Aquisição Canal Brasil

Melhor curta-metragem da Mostra Competitiva (no valor de 15 mil reais): “Sanã” (MG/MA), de Marcos Pimentel



Prêmio Banco do Nordeste

Melhor Produção com Temática Nordestina (curta ou longa escolhido pelo júri da crítica – no valor de 10 mil reais): “Mauro em Caiena”, de Leonardo Mouramateus


OS HOMENAGEADOS

 

O festival dedicou suas mostras não competitivas ao cinema contemporâneo português e assim, aproveitando a onda lusitana, laureou a atriz portuguesa Maria de Medeiros na noite de abertura. Além da atriz o ator brasileiro Marcos Palmeira também recebeu o troféu Eusélio de Oliveira na noite de encerramento do festival, ambos pela colaboração de suas carreiras cinematográficas.

Caroline e Pedro recebendo o troféu Oscarido pelo destaque do Coletivo Alumbramento.


Na noite de encerramento o Coletivo Alumbramento recebeu o troféu Oscarito pela sua contribuição ao cinema local, com produções de destaque nacional, transformando o perfil ascendente do cinema cearense.

OFICINAS
 
Marcelo Lyra palestrando a oficina O Cinema de Quentin Tarantino.

A oficina que deu o que falar foi “O Cinema de Quentin Tarantino” ministrada pelo jornalista Marcelo Lyra, realizada na Vila das Artes. A oficina durou cinco dias e fez um panorama das obras do diretor e os dotes estilísticos dados em cada filme. Também aconteceu na Vila das Artes a oficina de Direção de Fotografia, Câmera e iluminação Cinematográfica, ministrada por Pedro Lazzarini. Por fim, na Casa amarela acontecia a oficina de Criação, Formação e Potencialização de Projetos Para TV, ministrada pelo jornalista Hermes Leal.  



FILMES DESTAQUE (ALÉM DOS GANHADORES)


Pode-se dizer que a mostra competitiva desse foi bem musical, pelo menos o que diz respeito às longas-metragens. Três longas da mostra competitiva eram de cunho musical. O primeiro foi a cinebiografia a cantora argentina Mercedes Sosa a Voz da América latina, do diretor Rodrigo Vila, contando através de depoimentos de pessoas que tiveram contato com a cantora, reunidos pelo filho de Mercedes. O longa Olho Nu, do diretor Joel Pizzini, que juntamente com  Canal Brasil produziu e compôs um filme sobre a história artística do cantor Ney Mato Grosso, reunindo arquivos e depoimentos do cantor sobre sua composição teatral nos palcos e suas interações com sua família, amigos e a natureza, e como elas influíam em seu trabalho. Por fim, o filme Solidões, dirigido pelo cantor Oswaldo Montenegro, que dividiu a crítica e o publico presente. Um recorte atemporal sobre as tantas solidões do ser, contado por várias histórias e pontos de vista diferentes.

 
O diretor Diego Fernández e o ator Carlos Frasca do Filme Rincón de Darwin.

Um filme muito simpático na competitiva dos longas foi a produção uruguaia Rincón de Darwin, do diretor Diego Fernández , que retrata uma viagem a uma casa no interior da qual o Charles Darwin visitou séculos atrás. Na viagem o jovem e conectado com as tecnologias, Gastón, junto com o escrivão Américo, pegam carona na caminhonete do frentista Beto, nessa viagem as tantas formas de evolução que se pode adquirir em qualquer idade e situação são postas de maneira leve e sutil entre os três. Américo vive o tédio de estar envelhecendo, Gastón tenta seguir em frente após o término de um relacionamento e Beto agrega as situações da vigem a suas vivencias de maneira amadurecida e vagabunda. O filme agradou muita gente pela simpatia.

 
Imagens de ED e Pintas.

Já nos curtas as animações chamaram atenção. O muito bem produzido curta ED, de Gabriel Garcia, mostrou em altíssima definição a vida solitária de um coelho ator de cinema que viveu tantas irrealidades que no fim de tudo estava vazio por dentro. O curta leva uma pegada mais pesada e sarcástica e casou muito bem a qualidade dos gráficos em 3D da animação com a narrativa. O outro curta foi o pulsante Pintas, de Marcos Vinicius Vasconcelos (Realejo), contando o torpor sexual e amoroso de uma linda jovem de pintas cristalinas e coloridas em formato de aquarela que banha três rapazes de puro amor colorido. O curta usa uma animação quase em 2D e dispensa grandes gráficos para levar o espectador às situações de torpor da história. Em desenhos limpos e pintados em gostas borradas de aquarela o filme é levemente provocativo e super empolgante.



POBRES DIABOS




Fechando a 23ª edição do festival em clima de estreia, foi exibido o mais novo longa de Rosenberg Cariry que abriu a mostra competitiva do Festival de Brasília essa semana. Recebendo os atores Chico Diaz e Silvia Buarque a sessão ficou lotada nas três salas em que o filme foi exibido. O longa conta a história de um circo com condições precárias para realizar seu espetáculos na cidade de Aracati, mas a presença artística entre seus integrantes é um fator bastante lúdico no filme. Com uma fotografia escrachadamente elogiada de Petrus Cariry, o filme é de se contemplar tanto pela leveza e poesia do cordel inseridas quanto pelo visual.




Com o fim da 23ª edição do festival e sobre os testes do espaço do Dragão do Mar, pode-se dizer que o novo lar do Cine Ceará ganhou credibilidade da maioria dos que frequentaram as exibições. Algumas falhas de projeção foram percebidas durante os dias (possivelmente por conta da preparação apressada das maquinas para o festival), mas o espetáculo e organização falaram mais alto e o saldo desse ano foi positivo. Muitas histórias a se lembrar e muitas pessoas a manter contato, festivais sempre aumentam os horizontes.





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