sexta-feira, 17 de maio de 2013

IV MOSTRA DE IGUATU - ACONTECEU


No terceiro dia da Mostra de Iguatu aconteceu muita brincadeira e gargalhada no Teatro Pedro Lima Verde, gente aproveitando as oficinas e muita gente se emocionando nas exibições no SESC.

Na manhã dessa quinta-feira, o Teatro Pedro Lima Verde recebeu para a exibição do longa de animação Garoto Cósmico, de Alê Abreu, os estudantes das escolas do município. Entusiasmados com as cores e musicalidade do filme, a garotada achou muito curioso o modo de vida dos habitantes do Planeta das Crianças. O filme mostra de maneira divertida a vida mecânica de Cósmico, Luana e Maninho que sonham e em ingressar para o Planeta das Crianças Adultas, mas para conseguir chegar até lá eles precisão cumprir uma série de normas e regras impostas pelo sistema do seu Planeta. Cada um possui um relógio que diz o que eles devem fazer, como fazer e quanto tempo precisam para fazer. Esse relógio faz parte do sistema de controle populacional, pois tomar decisões da própria vida e fazer escolhas não era considerado um modo de vida e de organização modernos, com o relógio os habitantes do Planeta das Crianças, do Adultos, dos Idosos, dos Bebês e arredores, não precisavam se preocupar em autonomia, o sistema cuidava disso por eles. Remetendo as condições sociais do nosso meio social, o filme vai se desenrolando quando o trio de amigos acabam saindo de seu Planeta e indo parar em outro com formato de laranja. Nesse momento eles descobrem como é bom brincar de imaginar. No filme há as participações musicais de Vanessa da Mata e Arnaldo Antunes deixando ainda mais divertida a sessão.

Depois de muitas gargalhadas e traquinagem pela manhã, a tarde foi a vez da diretora Sara Mabel iniciar a primeira parte da oficina Filme Nosso: realização fílmica de um conto adaptado, no auditório do SESC. Muita gente interessada e conhecedora do universo do audiovisual compareceu, deixando a oficina muito mais enriquecida.

Pela noite o auditório do SESC recebeu uma torrente de espectadores para a exibição do curta Meu Amigo Mineiro, de Gabriel Martins e Victor Furtado, produzido pelo coletivo alumbramento Filmes, e o denso longa Histórias Só Existem Quando Lembradas, de Julia Murat. Era tanta gente assistindo aos filmes que faltou lugar nas poltronas fixas do auditório, quem estava chegando acabou sentando em cadeiras comuns nos corredores laterais do auditório. Foi de se chamar atenção o grande público da terceira idade que com certeza foram atinados para irem conferir o longa. Uma história de grande densidade e percepção, o filme foi um desafio para a platéia que não é acostumada com o gênero, que mesmo assim se manteve em um número significativo. Muitas cenas paradas, muito tempo, muito silêncio e uma temática comum: a relação desgastada, mas fundamentalmente dependente de um casal de idosos em um lugar corroído pelo tempo. Um filme para incitar os sentimentos mais subordinados e a condição de uma história de amor desgastada entre duas pessoas fatigadas com o tempo. A história se passa na cidade fantasma de Jotuomba, onde há muito tempo não morre gente, os habitantes são compostos por idosos e o cemitério está abandonado, trancado a cadeado. As histórias de dona Madalena começam a ser lembradas quando a fotógrafa Rita chega a cidade e começa a descobrir o que aconteceu com as pessoas daquele lugar e como o tempo influiu em suas recordações. Depois da sessão, quando as pessoas iam saindo do auditório, era de se perceber a comoção no rosto de cada uma, se não os olhos vermelhos e as lágrimas ressecadas. Uma experiência exponencial para os espectadores e uma honra de prestigiar um filme de tanta placidez.

E foi assim, com muita emoção, que o terceiro dia da IV Mostra de cinema de Iguatu se foi. Que venha o quarto!  Para saber sobre a programação da mostra, clique aqui.


 





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